- Olá. Sou eu.
- Quem mais seria? Só podia ser tu, uma e quinze da madrugada, dizendo ”olá”. Sabe que fico doido quando o diz.- (risos) Deixa de ser chato, menino.
- Por que ligou?- Estava sem sono, pensei que queria conversar.
- O que não te deixou dormir?- Ah, vai ver eu estava pensando demais, talvez.
- Você nunca muda…- Claro que mudo! Sabia que eu parei de tomar aquele chá muito doce e nem uso mais aquela blusa verde?
- (risos) Mentirosa! Você está com uma xícara desse chá ao lado do abajur, esperando eu desligar para continuar tomando e também está usando a blusa verde agora, tenho certeza. Transformou ela em pijama, é? Não tem pesadelos vestindo essa coisa horrível?- Chato, chato, chato! Bom, é verdade tudo isso. É estranho o jeito como você ainda me conhece… Mas eu aprendi a gostar de poesia, sabia? E também comecei a comer uma salada nova, uma grega. É a primeira vez que gosto desse treco.
- (risos) Vai ver tu está mudando, aos pouquinhos.- …
- Me diga o que está te deixando triste.- Como você sabe que não estou bem?
- Seu tom de voz.- Você sempre percebendo o que não deve…
- O que é?- Sinto sua falta.
(silêncio)
- Eu sinto falta de você também, de pouquinho em pouquinho, o que faz eu sentir muita falta de ti.- Por que sente minha falta?
- Não sei. Se soubesse não sentiria. Confesso que queria você aqui.- Estou longe agora.
- Não longe o suficiente.- O que estamos dizendo? Já nos machucamos demais em meio a essas coisas de sentir igual.
- Te gosto, menina.- (risos) Te gosto também.
- E então? O que fazemos sobre isso?- Deixamos estar.
- Por que estamos destinados a ser?- Talvez.
- Por enquanto, então, é boa noite?- É, é sim.
- Boa noite, anja.- Noite, por enquanto, anjo.”
( - Mary )
Já vivi, aliás, vivo isso!
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