Volte sempre !

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

- Alô?



- Olá. Sou eu.
- Quem mais seria? Só podia ser tu, uma e quinze da madrugada, dizendo ”olá”. Sabe que fico doido quando o diz.
- (risos) Deixa de ser chato, menino.
- Por que ligou?
- Estava sem sono, pensei que queria conversar.
- O que não te deixou dormir?
- Ah, vai ver eu estava pensando demais, talvez.
- Você nunca muda…
- Claro que mudo! Sabia que eu parei de tomar aquele chá muito doce e nem uso mais aquela blusa verde?
- (risos) Mentirosa! Você está com uma xícara desse chá ao lado do abajur, esperando eu desligar para continuar tomando e também está usando a blusa verde agora, tenho certeza. Transformou ela em pijama, é? Não tem pesadelos vestindo essa coisa horrível?
- Chato, chato, chato! Bom, é verdade tudo isso. É estranho o jeito como você ainda me conhece… Mas eu aprendi a gostar de poesia, sabia? E também comecei a comer uma salada nova, uma grega. É a primeira vez que gosto desse treco.
- (risos) Vai ver tu está mudando, aos pouquinhos.
- …
- Me diga o que está te deixando triste.
- Como você sabe que não estou bem?
- Seu tom de voz.
- Você sempre percebendo o que não deve…
- O que é?
- Sinto sua falta.
(silêncio)
- Eu sinto falta de você também, de pouquinho em pouquinho, o que faz eu sentir muita falta de ti.
- Por que sente minha falta?
- Não sei. Se soubesse não sentiria. Confesso que queria você aqui.
- Estou longe agora.
- Não longe o suficiente.
- O que estamos dizendo? Já nos machucamos demais em meio a essas coisas de sentir igual.
- Te gosto, menina.
- (risos) Te gosto também.
- E então? O que fazemos sobre isso?
- Deixamos estar.
- Por que estamos destinados a ser?
- Talvez.
- Por enquanto, então, é boa noite?
- É, é sim.
- Boa noite, anja.
- Noite, por enquanto, anjo.”

( - Mary )

Um comentário: